Lição 4 - Esses pensamentos não significam nada
- Alexandre Puglia

- May 22
- 4 min read

Lição 4 –
1. A Lição
“Esses pensamentos não significam nada.”São como as coisas que vejo neste quarto [nesta rua, desta janela, neste lugar].
2. Explicação
Este exercício está profundamente alinhado com práticas de meditação antigas—como as ensinadas pelos budistas e por muitas tradições de sabedoria há milhares de anos. É o exercício de observar a mente sem julgamento. Olhar para os pensamentos, aceitar sua presença, e deixá-los ir—como nuvens passando no céu.
A Lição 4 nos convida para esse espaço. Não para lutar com os pensamentos. Não para rotulá-los. Mas para reconhecer a verdade:“Esses pensamentos não significam nada.”
Nossos pensamentos, na maioria das vezes, são apenas reflexos momentâneos do estado em que estamos. Se estamos cansados, nossos pensamentos ficam pesados. Se estamos com medo—por algo que ouvimos ou por uma preocupação—nossos pensamentos seguem esse tom. Eles não são aleatórios; refletem o que nosso sistema nervoso está processando, o que nossos hormônios estão sentindo, o que nossa respiração está dizendo.
Mas há algo ainda mais profundo: os pensamentos que passam pela nossa mente nem sempre são nossos, no sentido que acreditamos. A ciência começa a confirmar o que os místicos sempre ensinaram—que a mente é como uma antena, sintonizada com um campo maior de influência. Através da epigenética, cientistas como Bruce Lipton mostraram que nossa biologia, nossos pensamentos e até nossas emoções são moldadas por ambientes energéticos herdados por gerações. Não estamos apenas reagindo ao presente—estamos captando ondas da memória ancestral, do trauma coletivo, da esperança cultural e até do futuro. Esses pensamentos parecem pessoais, mas muitas vezes são ecos de algo muito mais antigo.
Essa lição, no fundo, é um ato de lembrança.De que você não é os seus pensamentos.Eles não são sólidos.Eles não são a verdade.E os pensamentos reais—os que vêm do amor, de Deus, do silêncio dentro de você—estão por trás do ruído.
Quando você pratica dizendo:“Esse pensamento não significa nada,”você não está rejeitando a mente. Está apenas se recusando a ser comandado por ela.
Você está aprendendo a descansar no lugar mais profundo—onde a verdade vive.
3. Integração com o Cristianismo
Na tradição cristã, essa prática de se desapegar dos pensamentos é refletida na vida interior de Jesus. Ele frequentemente se retirava para lugares silenciosos. Era nesses momentos que Ele comungava com o Pai—não através de pensamentos, mas da presença.
Jesus disse:“Não andeis ansiosos quanto à vossa vida...” (Mateus 6:25)Não era uma ordem imprudente—era um lembrete de que o Divino é encontrado além do barulho da mente.
Isso ecoa na tradição mística cristã, onde o silêncio é a porta para conhecer a Deus.
4. Versículos da Bíblia e Novo Significado
Mateus 6:25 — “Portanto, não andeis ansiosos quanto à vossa vida…”
Tradicionalmente, esse versículo é visto como um chamado à fé. Mas aqui, ele se torna um convite para liberar os pensamentos que nos prendem ao medo.
Filipenses 4:7 — “E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus.”
A paz não é algo que se entende com a mente—é algo que se recebe além dela.
Pecado (visão do UCEM)
Pecado não é um erro moral em si—é o esquecimento de Deus. Estar longe de Deus é o que o pecado realmente significa.
5. Mensagem para Amigos
Em 2024, eu caí numa depressão profunda. Foi como se tudo tivesse desmoronado dentro de mim. E por muito tempo, a única coisa que eu conseguia fazer era ouvir Ho’oponopono no repeat:
“Eu te amo. Sou grato. Me perdoe. Sinto muito.”
Na época, eu não entendia exatamente por que aquilo me ajudava... mas ajudava. Depois, percebi que repetir essas palavras era a única forma de acalmar a tempestade na minha mente—os pensamentos que ficavam me dizendo:
“Eu não sou capaz.”“Eu fiz tudo errado.”“Destruí minha vida.”“Eu não gosto de quem eu sou.”
Esses pensamentos eram tão altos. Mas repetir essas quatro frases simples me ajudou a negar o poder deles, mesmo que só por um instante. E esse foi o começo da virada.
Depois comecei a ler pessoas como a Tara Brach, e algo clicou: nossos pensamentos não são quem nós somos. E se a gente praticar—mesmo que só um pouquinho por dia—podemos aprender a ver os pensamentos como mensageiros, não como mestres. Podemos parar. Sentir onde eles vivem no corpo. Entender o que estão tentando dizer. E então… deixar que eles sigam.
É por isso que a lição de hoje significa tanto pra mim:
“Esses pensamentos não significam nada.”
Não é sobre negar a dor. É sobre entender que nem todo pensamento merece uma coroa.
É aí que começa a cura. É aí que o milagre acontece. No momento em que começamos a sair do medo… e caminhar em direção ao amor.
Porque o que realmente nos afasta de Deus não são nossos erros, nem nosso passado—nem mesmo o nosso pecado. Estar longe de Deus é o que o pecado realmente é. É a ilusão da separação, a crença de que não somos dignos, de que precisamos consertar algo antes de sermos amados. Mas nada disso é verdade. O que nos afasta de Deus é o barulho do ego, disfarçando medo de proteção e nos alimentando com pensamentos que nos mantêm pequenos.
Então hoje, eu escolho de novo.E se você também estiver nesse lugar—comece só com isso:“Esses pensamentos não significam nada.”Depois respire. Diga:“Eu te amo. Sou grato. Me perdoe. Sinto muito.”
E saiba que estou caminhando com você.


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